GABRIELA GUERREIRO
DE BRASÍLIA
Um grupo de senadores lançou nesta segunda-feira (15) uma frente suprapartidária de apoio à presidente Dilma Rousseff para o combate à corrupção no Executivo. Os parlamentares se revezam com discursos na tribuna da Casa em apoio à "limpeza" que Dilma promoveu no Ministério dos Transportes, afastando servidores suspeitos de envolvimento em irregularidades.
Depois que a Câmara paralisou os trabalhos em resposta à "faxina" da presidente, os senadores manifestaram apoio à ação de Dilma.
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O senador Pedro Simon (PMDB-RS), idealizador do movimento, pediu que o Congresso se una para permitir que o governo tome medidas anti-corrupção.
"Se, neste momento, nesta segunda-feira, 15 de agosto, um mês histórico, uma semana histórica, que invoca a renúncia do Jânio, a morte do Jango e a legalidade do Brizola, se nessa hora nós tivermos condições de fazer esse movimento, se o presidente Sarney tiver a grandeza de ser presidente do Congresso e os líderes tiverem um pouco mais de humildade, nós podemos iniciar o movimento."
O peemedebista cobrou que Dilma, além focar a "limpeza" nos Transportes, atinja outros partidos que ocupam cargos na Esplanada dos Ministérios.
"Claro que não pode a presidenta fazer apuração em cima do Partido Republicano, em cima do PMDB e não fazer no PT, fazer no PDT, até porque, lamentavelmente, com todo respeito, na composição do governo, nosso amigo Lula exagerou. É muito PT e muito pouco de outros partidos."
Além de Simon, outros senadores também cobraram de Dilma uma "faxina ampla" que abrigue todos os partidos aliados.
"A presidente tem que ter a consciência que a faxina tem de ser completa. Não pode deixar outros partidos, inclusive o meu, o PMDB, sem ser punido. Ela tem de punir. O combate não pode ser leviano", disse o senador Jarbas Vasconcellos (PMDB-PE).
"Pelo menos aqui no Senado a presidente Dilma não vai ficar refém ou vítima de dificuldades. Eu apoio o movimento pela frente suprapartidária de combate a corrupção e impunidade", disse Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR).
O grupo classificou a segunda-feira de "cívica" pela decisão do Senado de reagir às denúncias de corrupção no governo.
Além de governistas, senadores da oposição também manifestaram apoio às medidas anti-corrupção.
"Vamos dizer à presidente que ela conte com uma base parlamentar de defesa, não de seu governo, mas de defesa do Brasil. Enquanto tiver corrupção no Brasil, qualquer governo não terá sucesso. A base parlamentar que deve ser constituída nesta Casa é uma base de defesa do Brasil", disse o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP).
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