quinta-feira, 18 de junho de 2009

VENDO ALÉM DAS APARÊNCIAS


Ernesto era um velho capataz de fazenda, que administrava uma gleba destinada à criação de gado, no município de Cerro-Corá, em terras do elefante nordestino.
O conheci faz tempo. Eu deveria ter perto de dezenove anos, quando a cada mês viajava até aquele lugar serrano, para ver Berenice, uma linda morena de olhos verdes, de brejeirice incomum. Era neta de Ernesto, através dela, o conheci.
Pois bem, Ernesto era um peão filósofo, vaquejador de estrelas,... prosador contumaz. Porém, se tinha a cabeça nos céus, o pensamento na ionosfera planetária, seus pés eram bem postos na terra barrenta dos sertões. Manipulava com maestria sua racionalidade, aparentemente rude pelas circunstâncias da vida, pela ambiência de seu entorno, mas equilibrada pela sabedoria com a qual mesclava suas ações.
Num final de semana enluarado, estava sentado na varanda da casa de Ernesto, acompanhado da meiga Berenice, quando, um vizinho de propriedade, alí chegou cumprimentando a todos e procurando pelo Dr. Bruno, o fazendeiro para quem Ernesto trabalhava. Ele, o vizinho, estava preocupado com a iminente passagem da rede elétrica naquela região, pois não entendia as razões daquele procedimento, tentando explicar suas dúvidas e receios. Ao final das colocações, Ernesto levantou-se e foi até a borda da varanda. Olhou o céu estrelado e, voltando-se, disse que o Dr. Bruno havia viajado para Recife, a fim de tratar, exatamente daquele assunto com a CHESF. Olhou por uns instantes para o visitante e aproveitou o ensejo para dizer: “Cumpade, ocê tá vendo aquelas estrela alí? Trepata lá no céu? Elas tão bem arriba de noi e, de lá, onde morram, enxergam tudo o que noi não consegue vê daqui, que a visão é curta. Pois bem! Esse Dotô Bruno é parente daquelas estrela! Ele vê as coisa muito longe. Muito depois do tempo! Fareja o futuro! Sua cabeça é cuma o Cabugi! Tá muito alta e vê o que nói num consegue vê. Ele foi falá com os homem da CHESF porque sabe das coisa boa que a rede vai trazer pra noi aqui. Dr. Bruno vê depois das esquina. Esse dotô Bruno sabe o que faz.”
Senhores! A administração desta FECOMERCIO consegue enxergar “além das esquinas” ou seja “fareja o futuro” no dizer do velho Ernesto. Na verdade, a FECOMERCIO vem mapeando sua gestão, executando seus projetos, pontuando positivamente.
Na sua aparente simplicidade, o Presidente da FECOMERCIO tem olhos de longo alcance. Teve a habilidade de juntar uma excelente equipe, sob a batuta primorosa da diretoria executiva desta casa que tem como princípio a busca pela excelência. Some-se a tais habilidades a atuação impar da assessoria de comunicação que dá suporte a essa engenhosa gestão, cujo poder de aglutinação deste segmento já se fez percebida no seio de nossa comunidade; desta cidade portal; a cidade do sol; esta cidade “do Natal” como dizia nosso inesquecível Câmara Cascudo. Pegando carona na filosofia de Esnesto, pode-se dizer que a Administração do Sistema Fecomercio - Sesc, Senac, posta-se no topo na filosofia da boa gestão, interagindo com o Ontem, o Hoje e o Amanhã.

Jansen dos Leiros

segunda-feira, 8 de junho de 2009

HÁ LIDERES... E LÍDERES!


Há uma expressão bastante usada nos meios das elites culturais: Há lideres e líderes!
De fato, as características da liderança, são múltiplas. São diversas. Diferenciáveis entre os qualificados como portadores dessa habilidade de comando. Há lideranças de todos os matizes, de todas as nuances, com energias diversificadas, cujas “impedâncias” não são de fácil percepção, porque diluídas no psiquismo dos liderados.
É que, na verdade, essas lideranças são distintamente manipuladas na conveniência dos condutores hierárquicos deste planeta, postados em dimensões não enxergadas pela visão comum aos seres humanos, mas potencializadas num objetivo possivelmente ascensional à excelência dos valores da divinização dos seres da criação.
Algumas são portadoras de irresistível carisma; são atraentes, possuem imãs postados na voz, na eloqüência, no olhar, na gestuália, na “misancene” cativante, que talvez nós possamos chamar de encantamentos mimetizados, sob mil facetas. Particularizando, diríamos que há lideres, cujo comando de suas energias voltou-se para o Bem e por tal razão permanecem na lembrança de seu povo e, em alguns casos, na memória das civilizações.
Outras lideranças, em ascese, portadoras de menor plenitude de poder e carisma, utilizam o processo da empatia com seus liderados ou simpatizantes, através de mecanismos sobremaneira hipnotizantes, mas sem a potencialidade dos mais “yangs”. Outras, ainda, agem através de disfarces, de engodos e seguem laborando por meio de processos sub-reptícios, construídos, às vezes, por trás das cortinas da vida, guardando, entretanto, nítidos sintomas de chantagens emocionais e de alcances subliminares, envolvendo suas vítimas nas teias, quase invisíveis, que vão fabricando, com metabolismo próprio, e deitando no entorno de suas vítimas, vampirizando-as psiquicamente.
Enfim, o universo das lideranças é cheio de galáxias, umas nebulosas, outras luminosas e atraentes, aliciantes, envolventes, em miríades de fagulhas energéticas de natureza alucinatória. Eis o quadro mural de proporções panorâmicas, sob o qual se nos apresenta o tema proposto.
Sem querer confrontar com as teses filosóficas, no que pertine aos segmentos do pensamento; bem assim sem querer conflitar com a etimologia fascinante das semânticas, das metáforas, dos instantes poéticos em forma de prosa, citemos, tão somente como ilustração, que muitas foram as regiões do planeta que se destacaram como berços de valiosos, incomparáveis e incontestáveis líderes, principalmente no campo do saber e da religiosidade. Outros, no campo do mal e da crueldade, com o apoio de inteligências que, de certa forma, ampliaram o poder das trevas e o domínio do pavor, como foram, a seu tempo, Átila – Rei dos Hunos, Genghis Khan e Adolf Hitler e, no segmento da religiosidade, poderíamos até, citar os terríveis líderes inquisitoriais, os quais preferimos omiti-los, tal o peso das negatividades dos sofrimentos e dos males infligidos aos seres por eles vitimados.
Sintetizando esta abordagem, podemos elencar: a Índia, a China, o Tibete, a Grécia, a Mesopotâmia, a Judéia, a Mongólia, a França, a Alemanha, o Brasil e outros tantos países, como berço de alguns líderes, ligados às correntes do Bem e do Mal.
Como vêem, neste micro ensaio e face ao seu contexto, todos nós estamos vinculados às correntes energéticas de alguma liderança que nos alimenta os sonhos ou desejos mais recônditos, conduzindo-nos pela trajetória por ela programada, mal grado de nossos arbítrios, os quais nos circundam, tão somente na órbita da individualidade pura. Muito bem, sem desejar estabelecer julgamentos, nem aferir valores aos que foram e são portadores desses mecanismos de comando, mas tão somente apontar a existência da dicotomia entre as correntes do Bem e do Mal, chamados de lideranças, permito-me, numa sequência cronológica, mencionar os nomes daqueles que considero terem exercido lideranças, merecedoras do registro que a história já o fez. Nossa menção se inicia com o maior desses líderes que é Emmanuel J E S U S – o Cristo de DEUS, cuja doutrina do Amor Universal já se estendeu a quase toda Terra e cuja potencialidade cósmica tem sido responsável pela manutenção das correntes do Bem, em defesa da humanidade, pois que é o majestoso representante da hierarquia dos anjos celestiais neste planeta azul, componente do sistema solar – a Terra.
Retornando aos comentários sobre as grandes lideranças, façamos um bosquejo cronológico, recomeçando com Zaratustra, no século VII a.c, grande líder do pensamento que utilizou a poesia para construir um pensamento filosófico, sem contudo conceituá-lo como tal, mas que se encontra resplandecente no bojo de sua poesia.
Em seguida, um grande pensador, nascido no norte da Índia, príncipe Sidarta Gautama, o Buda (500 a.c) abandona sua família e a fortuna de que era possuidor, para peregrinar em busca de encontrar a verdade para o enigma da própria vida. Ele tornou-se o grande líder asiático, notabilizando-se por haver encontrado o caminho da Paz Interior, da harmonização do criado com o criador, embasando uma das religiões – o budismo - com o maior número de adeptos, neste mundo.
Também oriental, Lao Tsé é chinês, nascido em 500 a.c. Foi um grande pensador, poeta e homem iluminado. Há uma vasta literatura falando de seus pensamentos e de suas frases de profundos contextos filosóficos. Uma delas é “Se o desejo escraviza o pensamento, a verdade foge de imediato pela janela mais próxima”.
Outro chinês que se notabilizou pelo pensamento, foi Confúcio, nascido por volta de 500 a.c , portanto contemporâneo de Buda e Lao Tsé. De fato, não se pode falar da sabedoria chinesa, sem citar Confúcio. Há célebres discursos de sua autoria registrados no livro Lunyu. Foi um poeta filósofo que influenciou culturalmente o povo chinês, expandindo essa influência para todo o oriente. Sua frase mais famosa foi: “Todas as coisas possuem beleza, mas nem todos a vêem”. Na Grécia, também no mesmo período da antiguidade, nasceu Sócrates que tornou-se conhecido como o pai da Filosofia. Seus pensamentos eram de tal profundidade que não houve quem não o respeitasse como pensador. Sócrates tornou-se mestre de muitos pensadores de seu tempo e os orientou para os valores universais. Desempenhou alguns cargos políticos e foi sempre modelo irrepreensível de bom cidadão. Seque-se, na cronologia proposta, Alexandre Magno, o Grande, rei da Macedônia (336-323 a.C.), conquistador do Império Persa, foi um dos mais importantes militares do mundo antigo. Alexandre nasceu em Pela, antiga capital da Macedônia. Era filho de Felipe II, rei da Macedônia, e de Olímpia, princesa de Epiro. Era estudioso das ciências, da medicina e da filosofia. Foi rei da Macedônia, dando início à trajetória de um dos maiores conquistadores da História. Destacou-se pelo brilhantismo tático, pela rapidez e eficiência do expansionismo de suas conquistas.
A Alexandre, segue-se outro líder que marcou sua trajetória por suas qualidades aguerridas, Átila – rei dos hunos – (século V). Esse comandante que não conhecia o medo, por onde quer que passasse com seus exércitos, causava tremenda destruição que lhe ensejou o título de Flagelo de Deus.
Em seguida, citamos Gengis Khan, (século XII) o lobo das estepes mongólicas que, após submeter todas as tribos nômades de sua terra, desceu sobre o sul da Ásia como um rolo compressor, cruel e quase imbatível.
No século XVIII, temos Napoleão Bonaparte, personagem histórico que foi responsável pela consolidação da revolução Francesa, comandou muitas conquistas militares e constituiu o que se chamou de Império Napoleônico. Este personagem da história nasceu na Córsega, no ano 1769, mas, com dez anos de idade, foi para França para estudar em uma escola militar. Era um espírito forte e determinado. Fez-se general e depois chefe de governo. Foi um grande líder.
No século XX, um gênio da crueldade Adolf Hitler, foi ditador alemão. Nasceu em 1889, na Áustria. Durante a primeira guerra mundial, alistou-se no exército bávaro, tornou-se cabo e, por duas vezes ganhou a Cruz de Ferro, por bravura. Tempo depois, Hitler ligou-se ao Partido dos Trabalhadores Alemães que, mais tarde tornou-se o partiudo Nacional-Socialista (nazista). Ao longo do tempo, ele foi assimilando as idéias anti-semitas, que as foi insuflando através de seus acalorados discursos contra o acordo de Versalhes e contra o marxismo. Através de manobras políticas, tornou-se ditador da Alemanha. Decidiu exterminar os judeus, estabelecer a hegemonia dos arianos e dominar o mundo. Sua sede de expansão fez eclodir a segunda grande guerra mundial. Sem dúvidas, Hitler foi o flagelo do século XX
Sem demérito para os demais espíritos valiosos que assumiram lideranças incontestáveis, na superfície do globo, louvo, aqui, a memória de Mohandas Karamchand Gandhi – Mahatma, a grande alma indiana (que se constituiu um ícone da Paz no século XX) da qual foi inesquecível apóstolo. Gandhi, revestido de certo estoicismo ético, defendeu a tese da não violência e ergueu o espírito de seu povo contra a dominação da Inglaterra, sem confrontos e sem derramamento de sangue, mas utilizando o mecanismo da ação pacífica, sem reação, ou seja, sem demonstração opositiva, sintetizando, com seu exemplo e sua potencializada liderança, os poderes de Krishna, no âmbito da nação indiana. Hoje, fica bem evidente que, como João Batista foi o precursor de Jesus, Mahatma Gandhi foi o precursor de Sri Sathya “Sai Baba”.do qual falaremos adiante.
Também no século XX, no Brasil, apontamos um grande líder na figura histórica de Getúlio Vargas, que, ainda hoje, é lembrado pelo povo brasileiro.
Por fim, coroando os grandes seres vivos na superfície do planeta, elencamos o Líder Divino, na pessoa de Sri Sathya – SAI BABA. o Cristo vivo entre os indianos, louvado pelo oriente inteiro e com incontáveis simpatizantes espalhados pelo ocidente. O conteúdo de sua tese crística está contida em seus ensinamentos, tais como:. "O amor não age com interesses; o egoísmo é falta de amor. O amor vive de dar e perdoar e o egoísmo vive de tomar e esquecer” Sua vida é um xemplo de amor desinteressado. Ele costuma afirmar "minha vida é minha mensagem" Com relação às religiões, Sai Baba diz: "Deixem que existam diferentes religiões, deixem que floresçam, deixem que a glória Divina seja louvada em todos os idiomas do mundo. Respeitem as diferenças entre religiões e reconheçam-nas como válidas, sempre que estas diferenças não tratem de extinguir a chama da irmandade do homem e a paternidade de Deus."
Nós, que habitamos o planeta Terra, neste momento apocalíptico talvez que tenhamos de nos permitir essas perquirições históricas, quiçá filosóficas, para que nos disponhamos a nos transformar em candidatos à reforma inferior, com o objetivo único de evoluirmos em busca do DEUS que está em nós.


Jansen dos Leiros