sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

ENTRE DANÇAS E CONTRADANÇAS


Parece-nos que o criador, para a “acontecência” da vida, neste planeta azul, resolveu estabelecer um ritmo e uma forma alternativa do viver, objetivando, quem sabe, alcançarmos o desenvolvimento ascensional para o qual fomos criados: Vir de DEUS e para ELE voltar pela evolução.

Suponho que o criador tenha editado uma lei, que adjetivou de “causa e efeito” ou lei da “ação e reação”, para testar o crescimento dos homens.

Daí, a alternativa que imagino ter sido oportunizada. De posse de uma faculdade designada de “livre arbítrio”, o homem pode usar de sua vontade e agir de conformidade com o que deseja fazer. Porém, se de um lado foi permitido o uso de sua vontade, a lei impôs, em contra partida ao procedimento causal, um retorno igual e diretamente oposto.

Se, ao utilizarmos nosso arbítrio, dentro dos parâmetros das leis universais, a resposta vibratória de nossa ação terá a mesma natureza do elemento causal, emulador, ou impulsionador. Assim, a resposta à ação será positiva no contexto das vibrações cósmicas, equivalendo a um crédito. Se, todavia, utilizarmos esse arbítrio com ações contrárias às normas universais, o retorno obedecerá à natureza do impulso gerador e sofreremos os impactos, os efeitos desse ato, com a mesma contextura do fato emulador, isto é, equivaqle a um débito com as leis universais.

Entendo que a permitida liberdade de ação, implicaria no prévio nivelamento da mentalidade dos homens às vibrações de harmonia e conscientização de seus atos, tendo como meta o equilíbrio da própria espécie humana. Porém, percebo que a pré-falada liberdade de ação não exime o homem das conseqüências dos atos perpetrados, pois que estão sempre atrelados à lei de causa e efeito, ainda vigentes nesta fase evolutiva do ser humano.

Visto dessa maneira, no palco da vida, o homem defronta-se com uma cena que poderíamos chamar, metaforicamente, de dança e contradança, pois assim se nos configuram os altos e baixos da vida humana.

Finalmente, concluímos que para viver nesta dimensão mais densa, de maneira a permitir aos seres pensantes formularem uma análise conjuntural mais próxima da realidade e na medida de suas percepções, o homem precisa haver desenvolvido em si a capacidade de exercer a empatia, para inteligir o embasamento sobre o “modus operandi” do viver humano, sobre o ritual da vida, para o qual tais seres parecem estar obrigados a exercitá-lo, por circunstâncias várias, e a vivenciá-los, a fim de, através desse procedimento, chegar à consciência de auto gerenciar-se, criando condições de poder alçar os horizontes do crescimento espiritual.

Minha imaginação, diante da premissa, tenta moldar as circunvoluções desse processo da criação e termino por visualizá-lo como um gigante tobogã, ou um grande espiral que nos fizesse retornar à mesma linha da volta anterior, sem que ocupemos o mesmo espaço já percorrido. Isto é, vejo-o como um espiral ascendente e expansivo em busca do infinito cósmico.

A perplexidade de tal visão nos remete a ausência ou inexistência do tempo, como se o hoje e o amanhã passassem a ser um só e eterno momento.

Receio que haja ocorrido, em mim, uma explosão dos poucos neurônios, em mim existentes, e me encontre aqui e agora no grande salão da vida, entre DANÇAS E CONTRADANÇAS de estranhas e inconcebíveis contra-evoluções.

O questionamento que me faço é o seguinte: Se somos seres criados, nascemos, obviamente, de um ser que nos emprestou sua semelhança, sua aparência e, geneticamente, possuímos seu DNA.

Herdeiros desses valores, ou qualidades, ou talentos, ou como queiram chamar tais dotes, aqui nos encontramos, meio adementados, talvez totalmente “apalermados”, sem sabermos a verdade sobre o andamento da vida neste planeta, como se até as hierarquias celestes cometessem seus equívocos e tivéssemos nós humanos, talvez, aquilo que se pode chamar de culpa concorrente.

De fato, não sabemos se estamos seguindo um determinismo divino ou se os homens são, pura e simplesmente, causadores de todas essas hecatombes, todos esses desastres, todos esses dissabores, todos esses sofrimentos, de todo esse caos apocalíptico, como se vivenciássemos uma loucura tragicômica em circunvoluções tobogânicas, quiçá dantescas. Eis nosso ritmo de hoje, entre DANÇAS E CONTRADANÇAS.

Jansen dos Leiros
Advogado e escritor

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