AGRIPINO DO GONDELO
(crônica)
Havia um senhor, já entrado nos anos, que morava às margens da estrada do Gondelo, em Macaíba. Não se sabia muito a seu respeito, porque era desconhecida sua procedência. Conhecia-se, somente, seu prenome: Agripino. Com o passar do tempo, o povo passou a chamá-lo de Agripino do Gondelo.
Agripino era um tipo algo diferente das pessoas de sua vizinhança. Era muito calado. Não costumava rir à toa. Tinha, todavia, um humor estável. Era sereno e despreocupado. Não se sabia seu tipo de trabalho, porém, via-se que ele plantava feijão de corda em seu quintal, cuidava de fruteiras diversificadas que lhe davam frutos sazonais. A casa era modesta, pequena, com apenas dois quartos, sala, cozinha, banheiro e fossa céptica. Na frente da casa, um pequeno jardim, do qual ele próprio cuidava.
Um vez por mês, Agripino do Gondelo descia à cidade para ir a Natal, de ônibus, retornando sempre no mesmo dia.
Pelo que se sabe, não bebia, não fumava, não jogava. Além dessas informações, sabia-se que ele era gentil com a vizinhança e que, muitas vezes, no começo das noites, recebia tais vizinhos para conversarem sobre as coisas da vida.
Mas, mesmo agradável, era profundamente comedido com o que falava. Respeitoso no trato e orientador quando se fazia necessário, sem jamais ferir quem quer que fosse.
Ao longo de dez anos, Agripino do Gondelo incorporou-se à comunidade e era procurado para aconselhar, orientar, para ser padrinho, enfim, tornou-se no dizer da gente simples com que convivia, “já era gente da gente”.
Certo dia, chegou ao Gondelo uma moça vinda das bandas da capital, para um fim de semana na casa de uns parentes. À noite do sábado, a convite de uma parenta, foi até à casa de Agripino, para aconselhar-se.
Foi honrada e simpaticamente recebida por Agripino que pediu-lhe para sentar-se num dos tamboretes que pusera na calçada da casa e começaram a papear
A moça contou sua longa versão de vida; falou de suas desilusões e relatou episódios deploráveis que lhe causavam mágoas e constrangimentos.
Durante duas horas Agripino a escutou sem dar, sequer, uma palavra. Quando ela terminara com um longo suspiro, ele a olhou bem fundo nos olhos e falou:
“Minha filha! Nós somos o que somos e tão somente isso. Porém, temos uma dádiva divina que é comum a todos. Essa dádiva é a faculdade de pensar, refletir e decidir sobre nós mesmos, porque somos responsáveis por nossos atos perante a nossa própria consciência. Há momentos em que, como se fôssemos cegos, não enxergamos quase nada à frente de nós mesmos, permitindo-nos, assim, agir sem reflexão e, quase sempre, erradamente.
Nesses casos, aqueles que sofrem os impactos de nossas ações são nossas vítimas e passam a ter, na contabilidade divina, seus créditos conosco.
Dessa reflexão, impõe-se-nos entender o processamento da vida. Ela, sempre, tem duas vias: Uma mão, e uma contra-mão, sempre opostas. Ela nos oferece possíveis confrontos. A nós, nos cabe evitá-los, para vivermos melhor, sem conflitos, sem bulhas, sem atritos.
Veja! Por tudo que você me contou e pelo que observei ao longo de nossa conversa, seus impulsos descrevem um giro concêntrico, de fora para dentro. Direcionalmente invertido, tornando-a “egocêntrica”, limitada no espaço e na percepção das coisas. Toldam-na a alma.
Percebe-se que você direcionas seus enfoques para os semelhantes, sem porém, exercer a empatia que lhe propiciaria melhor entendimento das coisas e melhor condição de analisar cada procedimento, a ponto de lhe permitir um julgamento de valor.
Há princípios básicos que não podem ser desconhecidos nesses momentos. Um deles é o da causalidade. Todo fato tem um motivo que o precede. Tem uma razão que o impulsiona. Lembre-se de que cada um de nós não pode se constituir o epicentro da vida. Fazemos parte do todo dessa vida. A partir dessa assertiva, temos de entender que antes de emitirmos nossas opiniões, faz-se necessário que nos analisemos à luz da racionalidade, a fim de que nos conheçamos por dentro e aprendamos a respeitar os demais, os outros, nossos iguais, nossos irmãos, nascidos do mesmo ventre universal.
Para mudarmos nosso amanhã, precisamos trabalhar nosso hoje, porque ainda estamos presos à lei de causa e efeitos. À lei da ação e da reação. À lei do amor universal.
Medite sobre todas essas coisas que ora lhe foram ditas. A reflexão bem direcionada é mãe dos bons projetos. DEUS ilumine seus caminhos. Aprenda a respeitar os outros e a amar-se a si mesma. Jesus, é o caminho.
(crônica)
Havia um senhor, já entrado nos anos, que morava às margens da estrada do Gondelo, em Macaíba. Não se sabia muito a seu respeito, porque era desconhecida sua procedência. Conhecia-se, somente, seu prenome: Agripino. Com o passar do tempo, o povo passou a chamá-lo de Agripino do Gondelo.
Agripino era um tipo algo diferente das pessoas de sua vizinhança. Era muito calado. Não costumava rir à toa. Tinha, todavia, um humor estável. Era sereno e despreocupado. Não se sabia seu tipo de trabalho, porém, via-se que ele plantava feijão de corda em seu quintal, cuidava de fruteiras diversificadas que lhe davam frutos sazonais. A casa era modesta, pequena, com apenas dois quartos, sala, cozinha, banheiro e fossa céptica. Na frente da casa, um pequeno jardim, do qual ele próprio cuidava.
Um vez por mês, Agripino do Gondelo descia à cidade para ir a Natal, de ônibus, retornando sempre no mesmo dia.
Pelo que se sabe, não bebia, não fumava, não jogava. Além dessas informações, sabia-se que ele era gentil com a vizinhança e que, muitas vezes, no começo das noites, recebia tais vizinhos para conversarem sobre as coisas da vida.
Mas, mesmo agradável, era profundamente comedido com o que falava. Respeitoso no trato e orientador quando se fazia necessário, sem jamais ferir quem quer que fosse.
Ao longo de dez anos, Agripino do Gondelo incorporou-se à comunidade e era procurado para aconselhar, orientar, para ser padrinho, enfim, tornou-se no dizer da gente simples com que convivia, “já era gente da gente”.
Certo dia, chegou ao Gondelo uma moça vinda das bandas da capital, para um fim de semana na casa de uns parentes. À noite do sábado, a convite de uma parenta, foi até à casa de Agripino, para aconselhar-se.
Foi honrada e simpaticamente recebida por Agripino que pediu-lhe para sentar-se num dos tamboretes que pusera na calçada da casa e começaram a papear
A moça contou sua longa versão de vida; falou de suas desilusões e relatou episódios deploráveis que lhe causavam mágoas e constrangimentos.
Durante duas horas Agripino a escutou sem dar, sequer, uma palavra. Quando ela terminara com um longo suspiro, ele a olhou bem fundo nos olhos e falou:
“Minha filha! Nós somos o que somos e tão somente isso. Porém, temos uma dádiva divina que é comum a todos. Essa dádiva é a faculdade de pensar, refletir e decidir sobre nós mesmos, porque somos responsáveis por nossos atos perante a nossa própria consciência. Há momentos em que, como se fôssemos cegos, não enxergamos quase nada à frente de nós mesmos, permitindo-nos, assim, agir sem reflexão e, quase sempre, erradamente.
Nesses casos, aqueles que sofrem os impactos de nossas ações são nossas vítimas e passam a ter, na contabilidade divina, seus créditos conosco.
Dessa reflexão, impõe-se-nos entender o processamento da vida. Ela, sempre, tem duas vias: Uma mão, e uma contra-mão, sempre opostas. Ela nos oferece possíveis confrontos. A nós, nos cabe evitá-los, para vivermos melhor, sem conflitos, sem bulhas, sem atritos.
Veja! Por tudo que você me contou e pelo que observei ao longo de nossa conversa, seus impulsos descrevem um giro concêntrico, de fora para dentro. Direcionalmente invertido, tornando-a “egocêntrica”, limitada no espaço e na percepção das coisas. Toldam-na a alma.
Percebe-se que você direcionas seus enfoques para os semelhantes, sem porém, exercer a empatia que lhe propiciaria melhor entendimento das coisas e melhor condição de analisar cada procedimento, a ponto de lhe permitir um julgamento de valor.
Há princípios básicos que não podem ser desconhecidos nesses momentos. Um deles é o da causalidade. Todo fato tem um motivo que o precede. Tem uma razão que o impulsiona. Lembre-se de que cada um de nós não pode se constituir o epicentro da vida. Fazemos parte do todo dessa vida. A partir dessa assertiva, temos de entender que antes de emitirmos nossas opiniões, faz-se necessário que nos analisemos à luz da racionalidade, a fim de que nos conheçamos por dentro e aprendamos a respeitar os demais, os outros, nossos iguais, nossos irmãos, nascidos do mesmo ventre universal.
Para mudarmos nosso amanhã, precisamos trabalhar nosso hoje, porque ainda estamos presos à lei de causa e efeitos. À lei da ação e da reação. À lei do amor universal.
Medite sobre todas essas coisas que ora lhe foram ditas. A reflexão bem direcionada é mãe dos bons projetos. DEUS ilumine seus caminhos. Aprenda a respeitar os outros e a amar-se a si mesma. Jesus, é o caminho.
Nenhum comentário:
Postar um comentário