NA HORA DO CREPÚSCULO
Lançadas, hodiernamente, às mais diversas camadas de seres humanos espalhados pela superfície deste planeta azul, as enxurradas de informações (globalizadas e globalizantes) têm o condão mágico de deixar os homens provectos, perplexos, atônitos e, possivelmente, desnorteados.
Se de um lado, não conseguem amealhar todas as informações que lhe são ofertadas, tal o inusitado cultural, por outro lado, também não conseguiriam, pois que o córtex cerebral de nossa geração não foi projetado para o nível ou perfil exigido pelos tempos modernos. Somente as gerações atuais ou porvindouras sofrerão as mutações necessárias às novas exigências.
Vejam, digo isso por enxerimento, pois não entendo dessas coisas. Não mergulho nos elementos dessas tecnologias. Sou de geração passada. Tenho limites de percepção. Não sou mutante. Tenho escassez de neurônios. Espiritualmente, talvez seja mais experiente, mais vivido. Porém, por outro lado, sou defasado, antiquado, face ao escafandro que visto, sem, todavia, ser avesso às inovações.
Careço que, comigo, tenham paciência. Um dia, quem sabe, possa eu ter uma melhor percepção e, em conseqüência, menos dificuldades para lidar com as modernidades.
Somente agora, aos setenta anos, consigo entender alguns passes de mágica da informática (que não são mágica), dos controles dos instrumentos eletrônicos, e isso mesmo de forma raquítica. Por tal razão, torno-me patético, dementado, apalermado, ou até boquiaberto, diante das crianças, de um ou dois anos, que sentam diante de um micro-computador e conseguem ligá-lo e nele operarem como se lidassem com varinhas de condão, conseguindo façanhas.
Esses fenômenos não acontecem somente aqui, mas no mundo inteiro, em todos os parâmetros, onde quer que nos encontremos.
Parece-nos que, diante dessa realidade, devemos nos deixar expectantes, pacientemente aguardando que o Departamento de Emigração de dimensões mais sutis, nos libere o “passaporte”, com o qual seremos enviados, por “e-mail” astralino para novas etapas da realidade cósmica, depois do que, naturalmente, seremos “linkados” adequadamente, objetivando nos nivelarmos para o novo momento da vida.
E, enquanto essa comunicação não chega para os da nossa geração, só nos resta aceitar a realidade carinhosamente denominada de “defasagem etária” e, no aguardo, viver das lembranças, relembranças ou das lágrimas contidas, porque não choradas.
Jansen dos Leiros
Um comentário:
Olá Jansen!! obrigada pelo comentário =). acho bem interessante os assuntos do seu blog,olharei com mais calma. este em particular tb fala de coisas que eu, como estudante da história, penso bastante. Acho que o pasmo que vc sente não é somente natural, mas necessário. tds deviam procurar a estranheza do senso comum, sendo que ele hoje é mto mutante, mesmo, juntamente como as novas formas d tecnologia e relações q elas trazem consigo. temos d atentar, eu penso, p/ a desumanização do homem, correndo solta nos dias de hoje. uma vontade de retorno à natureza seria mt proveitoso, na minha opinião... ms por hj é só né? haha abraço!
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