A maioria das pessoas não costuma fazer distinção entre ANCIANIDADE E VELHICE e essas pessoas não estão linguisticamente erradas. Nós, que manuseamos com a palavra, escrita e oral, em algumas circunstâncias e diante de casos específicos, nos lançamos em pesquisas de natureza semântica e etimológica, para ver como podemos aprimorar o uso ou a aplicação de alguns verbetes.
Minha proposição neste trabalho não é a de fazer um estudo de distinção semântica entre os termos componentes do título, mas de formular uma apreciação caráter pessoal e de natureza absolutamente literária, um adorno de estilo como roupagem, para ser adotada nas cenas que eventualmente possamos criar, na contextura de meus trabalhos.
Mergulando na etimoloogia, vemos que a expressão “ancião”, na origem hebraica, identificava os líderes de Israel, em quaisquer níveis, na tribo, na cidade ou a nível de nação. Em grego, o sentido era de líder religioso. O título de ancião implicava em responsabilidade e capacitação para seu exercício.
Hodiernamente, essa condição não é enfocada em nossos discionários e, ancião e velho, são meramente sinônimos, excepto, é claro, nos etimológicos.
É que, sem questionar a “verdadeira semântica” da expressão ancianidade, crio, para mim, como artesão da palavra escrita, uma conceituação própria, sem conflitar com o pensamento geral dos que imaginam ancião como alguém, assim, envelhecido fisicamente, caquético, de alma cansada, no aguardo da morte física.
Em minha conceituação, crio uma dicotomia, com base etimológica, mas acrescentando um componente ético, para fazer uma distinção entre as duas expressões.
Meu conceito de ser ancião passa por outro prisma da maturidade de consciência, da percepção da vida, da acuidade que lhe empresta a experiência vivenciada, da manutenção do tônus espiritual, que por sua vez mantém a harmonia do ciclo vital, com o imprescindível componente da ética crística. Eis o que penso, verdadeiramente como sendo o sentido de ancianidade: Algo como se fosse a condição única de projetar os valores amealhados pela “pespicalidade” desenvolvida pelo equilíbrio interno do ser detentor dessa condição psicofísica.
Os dicionários da língua portuguesa definem o verbete “velhice” como sendo o estado ou a condição de velho. E, do verbete “velho”, diz que é a coisa com muito tempo de uso, de existência;
gasto pelo uso; muito usado; e, quanto ao verbete “ancianidade”, diz que é a qualidade de ser “ancião” e, quanto ao termo “ancião”, diz simplesmente que é a coisa idosa, velha, etc.
Não discuto a sinonímia, nem polemizo! Porém, particularmente, prefiro distinguir a condição pura e simplesmente de “velhice”, como condição de desgaste físico, para aceitar a “ancianidade”, como envelhecimento físico com maturidade, com lucidez, com dignidade e tônus vital evidenciado pelo desempenho do espírito eterno, sobre o corpo físico
Dito isso, permito-me fazer pequena digressão para justificar minha postura. Lembro-me de um velhinho, Sr. Idelfonso, reminiscente de um grupo do brejo paraibano, que fixou-se em Macaíba, para compor a equipe de trabalhadores de renomado produtor de algodão, potiguar, o Sr. João Câmara, proprietário de uma central de beneficiamento de algodão, situada à rua principal daquela cidade, próximo ao porto fluvial das macaíbas, para que o produto beneficiado, fosse transportado para Natal, através dos botes à vela.
Sr. Idelfonso, à época, havia alcançado 92 anos. Era o mais velho do grupo e, tudo indicava, ser ele seu líder. Os demais, pareciam ser do mesmo grupo familiar, irmãos, filhos e netos do líder. Entre os empregados daquela enorme usina de beneficiamento de algodão, existiam pessoas com a metade da idade do Sr. Idelfonso e que aparentavam ser octogenários, tal a feição caquética, desvitalizada, distante, alienada, fora de sintonia com a própria vida que a maioria apresentava. Na verdade, entre aqueles empregados antigos, o mais idoso tinha, somente, 69 anos. A diferença entre eles chamava a atenção de todos. O Sr. Idelfonso parecia mais jovial, mais disposto, mais ativo e cheio de energia, ainda.
Ora, imaginava eu que havia de existir uma adjetivação diferenciadora entre essas criaturas que, com idade avançada, oferecessem um visual tão diferente, física e psicologicamente.
Diante desses perfis, visualmente antagônicos, ou polarizados, resolvi por mim mesmo e isoladamente, determinar-me a vê-los de forma distinta e assimilar a dicotomia adiante exposta, como a de melhor racionalidade.
Eis pois, como defino o ancião e o velho. E, assim, as tenho empregado como adjetivação, quando a eles, literariamente, me refiro.
Jansen dos Leiros
Minha proposição neste trabalho não é a de fazer um estudo de distinção semântica entre os termos componentes do título, mas de formular uma apreciação caráter pessoal e de natureza absolutamente literária, um adorno de estilo como roupagem, para ser adotada nas cenas que eventualmente possamos criar, na contextura de meus trabalhos.
Mergulando na etimoloogia, vemos que a expressão “ancião”, na origem hebraica, identificava os líderes de Israel, em quaisquer níveis, na tribo, na cidade ou a nível de nação. Em grego, o sentido era de líder religioso. O título de ancião implicava em responsabilidade e capacitação para seu exercício.
Hodiernamente, essa condição não é enfocada em nossos discionários e, ancião e velho, são meramente sinônimos, excepto, é claro, nos etimológicos.
É que, sem questionar a “verdadeira semântica” da expressão ancianidade, crio, para mim, como artesão da palavra escrita, uma conceituação própria, sem conflitar com o pensamento geral dos que imaginam ancião como alguém, assim, envelhecido fisicamente, caquético, de alma cansada, no aguardo da morte física.
Em minha conceituação, crio uma dicotomia, com base etimológica, mas acrescentando um componente ético, para fazer uma distinção entre as duas expressões.
Meu conceito de ser ancião passa por outro prisma da maturidade de consciência, da percepção da vida, da acuidade que lhe empresta a experiência vivenciada, da manutenção do tônus espiritual, que por sua vez mantém a harmonia do ciclo vital, com o imprescindível componente da ética crística. Eis o que penso, verdadeiramente como sendo o sentido de ancianidade: Algo como se fosse a condição única de projetar os valores amealhados pela “pespicalidade” desenvolvida pelo equilíbrio interno do ser detentor dessa condição psicofísica.
Os dicionários da língua portuguesa definem o verbete “velhice” como sendo o estado ou a condição de velho. E, do verbete “velho”, diz que é a coisa com muito tempo de uso, de existência;
gasto pelo uso; muito usado; e, quanto ao verbete “ancianidade”, diz que é a qualidade de ser “ancião” e, quanto ao termo “ancião”, diz simplesmente que é a coisa idosa, velha, etc.
Não discuto a sinonímia, nem polemizo! Porém, particularmente, prefiro distinguir a condição pura e simplesmente de “velhice”, como condição de desgaste físico, para aceitar a “ancianidade”, como envelhecimento físico com maturidade, com lucidez, com dignidade e tônus vital evidenciado pelo desempenho do espírito eterno, sobre o corpo físico
Dito isso, permito-me fazer pequena digressão para justificar minha postura. Lembro-me de um velhinho, Sr. Idelfonso, reminiscente de um grupo do brejo paraibano, que fixou-se em Macaíba, para compor a equipe de trabalhadores de renomado produtor de algodão, potiguar, o Sr. João Câmara, proprietário de uma central de beneficiamento de algodão, situada à rua principal daquela cidade, próximo ao porto fluvial das macaíbas, para que o produto beneficiado, fosse transportado para Natal, através dos botes à vela.
Sr. Idelfonso, à época, havia alcançado 92 anos. Era o mais velho do grupo e, tudo indicava, ser ele seu líder. Os demais, pareciam ser do mesmo grupo familiar, irmãos, filhos e netos do líder. Entre os empregados daquela enorme usina de beneficiamento de algodão, existiam pessoas com a metade da idade do Sr. Idelfonso e que aparentavam ser octogenários, tal a feição caquética, desvitalizada, distante, alienada, fora de sintonia com a própria vida que a maioria apresentava. Na verdade, entre aqueles empregados antigos, o mais idoso tinha, somente, 69 anos. A diferença entre eles chamava a atenção de todos. O Sr. Idelfonso parecia mais jovial, mais disposto, mais ativo e cheio de energia, ainda.
Ora, imaginava eu que havia de existir uma adjetivação diferenciadora entre essas criaturas que, com idade avançada, oferecessem um visual tão diferente, física e psicologicamente.
Diante desses perfis, visualmente antagônicos, ou polarizados, resolvi por mim mesmo e isoladamente, determinar-me a vê-los de forma distinta e assimilar a dicotomia adiante exposta, como a de melhor racionalidade.
Eis pois, como defino o ancião e o velho. E, assim, as tenho empregado como adjetivação, quando a eles, literariamente, me refiro.
Jansen dos Leiros
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