Gustave Massiah, economista francês, professor de urbanismo e analista político, defende “que o fracasso do fundamentalismo de mercado amplia as tentações autoritárias e xenófobas – mas também abre novas oportunidades: Distribuição de renda, nova geopolítica internacional, regulação pública das finanças e reinvenção da democracia, então na agenda. Só será possível avançar, propondo alternativas”.
Ora, o Fórum Social Mundial foi uma grande arena de debates no epicentro do maior questionamento sobre a ecologia planetária, a “Amazônia”. Naquele cenário foi colocada em confronto a questão das contradições da crise ecológica e da crise social. Evidentemente, outras questões também foram levantadas, como a da cidadania na América Latina, a união dos povos indígenas, dos camponeses, dos sem-terra, fluindo para a economia social e solidária.
Porém, considerando que os movimentos atuais criaram ou fomentaram novas relações entre o social e o político, renovando o entendimento sobre o imperativo democrático, tem-se que duas vertentes desaguavam suas potencialidades em leitos distintos e paralelamente opostos. De um lado, o Neoliberalismo. Do outro, o Altermundialismo. Naturalmente que enfoques com distintas matizes foram colocados à mostra, como a necessidade de evolução do continente; a importância das macro regiões, na globalização, a crise de hegemonia norte-americana e, finalmente, a indisfarçável crise macro alimentada pela globalização capitalista.
Esse era pensamento dos que participaram do FSM e afirmaram que o trabalho realizado tinha como objetivo a “construção de uma alternativa à lógica dominante, ao ajustamento de todas as sociedades ao mercado mundial.”
Estamos diante de dois segmentos divergentes: Um, que defende a organização de uma sociedade com base na regulação do mercado; outro, que propõe a organização da sociedade, garantindo o acesso de todos aos direitos fundamentais.
Segundo Michael Löwy a manifestação de Seattle, em 1999, onde as multidões opunham-se à forma capitalista e liberal, às injustiças, às desigualdades, ao desemprego, à exclusão social, à destruição do ambiente, às guerras imperiais e aos crimes contra a humanidade, era fruto do movimento “zapatista” de 1994, com o grito: “Ya basta!” E segue dizendo que a dinâmica desse movimento internacional contra o neoliberalismo, dividiu-se em três etapas distintas, tendo como instante inicial o “não” ao “status quo” à “corporate globalization”, corporificando uma flagrante indignação. Por trás de tudo, estava evidenciada a revolta contra a Organização Mundial do Comércio, o G-8, motivada pela desconfiança gerada pela inconfiabilidade das regras do jogo imposto pelos poderosos.
E conclui afirmando que sem a negatividade atuante, sem a fibra da rebeldia e do protesto, o movimento altermudialista não existiria, tendo como alvos a OMC, o FMI, o BM, a política neoliberal e os grandes monopólios internacionais, pois todos eles são responsáveis pela mercantilização do mundo.
Diante dessa conjuntura, reflitamos.
Jansen dos Leiros
Advogado e escritor
Ora, o Fórum Social Mundial foi uma grande arena de debates no epicentro do maior questionamento sobre a ecologia planetária, a “Amazônia”. Naquele cenário foi colocada em confronto a questão das contradições da crise ecológica e da crise social. Evidentemente, outras questões também foram levantadas, como a da cidadania na América Latina, a união dos povos indígenas, dos camponeses, dos sem-terra, fluindo para a economia social e solidária.
Porém, considerando que os movimentos atuais criaram ou fomentaram novas relações entre o social e o político, renovando o entendimento sobre o imperativo democrático, tem-se que duas vertentes desaguavam suas potencialidades em leitos distintos e paralelamente opostos. De um lado, o Neoliberalismo. Do outro, o Altermundialismo. Naturalmente que enfoques com distintas matizes foram colocados à mostra, como a necessidade de evolução do continente; a importância das macro regiões, na globalização, a crise de hegemonia norte-americana e, finalmente, a indisfarçável crise macro alimentada pela globalização capitalista.
Esse era pensamento dos que participaram do FSM e afirmaram que o trabalho realizado tinha como objetivo a “construção de uma alternativa à lógica dominante, ao ajustamento de todas as sociedades ao mercado mundial.”
Estamos diante de dois segmentos divergentes: Um, que defende a organização de uma sociedade com base na regulação do mercado; outro, que propõe a organização da sociedade, garantindo o acesso de todos aos direitos fundamentais.
Segundo Michael Löwy a manifestação de Seattle, em 1999, onde as multidões opunham-se à forma capitalista e liberal, às injustiças, às desigualdades, ao desemprego, à exclusão social, à destruição do ambiente, às guerras imperiais e aos crimes contra a humanidade, era fruto do movimento “zapatista” de 1994, com o grito: “Ya basta!” E segue dizendo que a dinâmica desse movimento internacional contra o neoliberalismo, dividiu-se em três etapas distintas, tendo como instante inicial o “não” ao “status quo” à “corporate globalization”, corporificando uma flagrante indignação. Por trás de tudo, estava evidenciada a revolta contra a Organização Mundial do Comércio, o G-8, motivada pela desconfiança gerada pela inconfiabilidade das regras do jogo imposto pelos poderosos.
E conclui afirmando que sem a negatividade atuante, sem a fibra da rebeldia e do protesto, o movimento altermudialista não existiria, tendo como alvos a OMC, o FMI, o BM, a política neoliberal e os grandes monopólios internacionais, pois todos eles são responsáveis pela mercantilização do mundo.
Diante dessa conjuntura, reflitamos.
Jansen dos Leiros
Advogado e escritor
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