segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

O Discurso do Rei'


Algumas estórias pinçadas na história dos povos têm conotações tão interessantes que podem dar ensejo a criação de filmes de muito boa estirpe. Até podem subir ao pódio dos Oscars.
Tom Hooper parece ter tido a sorte de dirigir um filme desse naipe. Trata-se de: O discurso do Rei.
No final do século XIX, nascera no Reino Unido, filho de Jorge V, o infante, Príncipe Albert Victor, o segundo na lista de sucessão.
Por circunstâncias conjunturais, da época, o Príncipe Albert Victor fora considerado possível herdeiro do Trono Inglês e tal fato levou-o a ser treinado para aquela função, ou seja, passou a ter um treinamento especializado para se tornar um Rei de fato.
Seu pai, personagem de temperamento forte queria que sua descendência tivesse o “aplomb” dos nobres. Era muito exigente, severo, apesar de ser requintado. Para sua tristeza, seu filho predileto, talvez pelos excessos de autoridade do próprio pai, foi vitimado por uma “gaguez nervosa”.
Possivelmente esse fora o fato emulador do senão psicológico no príncipe.
Sua Alteza Real tornara-se arredio, tímido e isso o dificultava para o trato social.
Na verdade, os príncipes deveriam ter um estereótipo que caracterizasse sua realeza. O futuro Rei da Inglaterra fugia a essas características.
Esse fato bem estudado e pesquisado pelos “experts” no assunto, seria um interessante tema para um filme.
Pois que, para o povo inglês sua recuperação seria difícil. Mas, vale salientar que um dos maiores oradores do mundo era gago, Demóstenes era assim e curou-se desse mal . No filme, o bem conceituado Lionel Logue, contratado pela própria Rainha para cuidar desse incômodo problema do marido, adotou técnicas que dominava e conseguiu fazê-lo, possivelmente com a técnica de Demóstenes, usando pedrinhas para falar melhor.
Mark Logue, neto e detentor das fichas clínicas do famoso fonoaudiólogo australiano, radicado na Inglaterra, Lionel Logue, compilou os dados encontrados e teve um “insite”: Vou contar para a Inglaterra a história desse Rei.
Aquele especialista cuidara terapeuticamente do Rei, para deixá-lo em condições de discursar. E, de fato, esteve ao seu lado em todas as ocasiões em que necessitava falar em público. O tratamento logrou êxito.
A partir dos apontamentos de Mark Logue, foi-se amadurecendo o tema do filme.
No drama a gaguez do Rei se mostrava como principal motivo da sua falta de confiança e de seu desinteresse pelo trono.
Tom Hooper, convidado para dirigir esse filme, estava empolgado e, intimamente, anteviu o sucesso.
É bom frisar que o antigo Rei Jorge V, afirmava que o príncipe ideal teria de ter a boa imagem pública, deveria inclusive ser bem apessoado e exprimir-se de forma eloquente. Esse seria o objetivo perseguido e o “start” seria a cura da gaguez. Colin Firth esmerou-se em seu desempenho, principalmente pelas dificuldades que encontrou naquele desafio. O filme é de fato, empolgante, os historiadores vibraram com a verossimilhança das cenas, resgatando um passado de quase um século.
Finalmente, ontem, dia 27 de fevereiro de 2011, O DISCURSO DO REI subiu ao pódio como melhor filme, melhor diretor Tom Hooper, melhor ator Colin Firth e melhor roteiro original.
Jansen Leiros

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

À DAMA DA NOITE


A noite nos alimenta os desejos,

A noite nos envolve nas paixões,

As noites nos convidam a eternizá-las

Porque eternos são os sonhos das canções.


Navego pelas águas dos desejos

Levito sobre corpos desnudados,

mergulho no teu corpo, conectado

Em ereção como jamais sonhada.


Cavalgando os prados do infinito,

em meu corcel azul-esverdeado,

Pr'a aterriçar teu corpo aveludado

E te acoplar o ventre entumecido.


Jansen Leiros em 20-02-2011.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

CISNE NEGRO



CISNE NEGRO


Abertura do Festival de Veneza de 2.010, o filme CISNE NEGRO parece haver empolgado as platéias americana e européia.
Dirigido por Darren Aronofsky, americano nascido no Brooklyn, o filme pode ser classificado como um thriller psicológico, ambientado num cenário de ballet na grande Nova York. Aronofsky, havendo estudado em Harvard, onde graduou-se em cinema, interpretação e animação, tornou-se magnífico roteirista e foi com esse “expert” que o Cisne Negro despontou como favorito ao Oscar de Interpretação. Havendo ganho o prêmio de melhor diretor do
Festival Sundance de Cinema, essa faceta o gabaritou para dirigir um projeto maior e assim, o Cisne Negro foi projetado pela conceituação de quem o dirigiu, somando-se ao não menos gabaritado elenco de seus protagonistas. A marca registrada de Aronofsky é uma técnica conhecida como hip hop montage. Essa técnica mostra imagens ou ações mais com velocidade aumentada, acompanhada de efeitos sonoros, tentando simular alguma ação.
Primorosa a condução de Darren que conduziu a trama numa viagem emocionante à psique do personagem principal - uma jovem bailarina – que assume o papel da Rainha dos Cisnes, emulou-se pela absorção do personagem para tornar-se “a dançarina perfeita”. O filme é empolgante pelo esmero da interpretação de todo o corpo de baile e, principalmente da atriz principal, Natalie Portman.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Meu querido irmão Ciro José! Não fora eu cauteloso com minha hipertensão, medicando-me regularmente, teria sido acometido de um brutal acidente cárdio vascular, motivado pela emoção súbita. É que seu texto de reflexões, eruditamente elaborado, pensado e refletido numa amálgama, cujo pálio maior é sua cultura clássica, bem direcionada e bem posta deixou-me em estado de graça, porque suas palavras são, antes de tudo, uma forma carinhosa de sua expressão que é bem própria do seu fraternismo.
Arthur Clarke, como todo pisciniano, parece ter sido um navegador de sonhos. Sua ficção cientifica como o conto “The Sentinel” deu origem ao filme 2001 Uma odisséia no espaço e o premiado em encontro com Rama. Na verdade sem pretenções maiores desde muito cedo senti que a ficção me rodeava com a diferença que o meu mundo era restrito na condição de menino do interior cujo cenário era ainda muito pobre. Assim sou grato ao amigo, ao irmão, ao companheiro de ideais pela benesse de seu afago ao meu espírito com sonhos de crescimento interior. De fato não existe muito mérito no trabalho literário pois, foi-me ditado ao coração e à memória pelo meu milenar amigo Herculano. Minha postura é de um simples “escriba”, mas, acalentado pela sua gentileza peço licença para divulgar essa sua primorosa reflexão àqueles que navegam pelo meu blog









ALELUIA DO HOMEM NOVO

Reflexões à margem

Ciro José Tavares


Os personagens não passam ao esquecimento. Ficam retidos na memória sendo possível imaginar as aparências, o modo de caminhar e os sonhos.

Jansen Leiros, com seu estilo fácil e pedagógico, sustentado pelos fios da ciência e caminhos metafísicos, devolve-me ao universo ficcional de Arthur Clarke.

Estar em Amuna Khur é como se estivéssemos em Rama, do outro lado do céu, ouvindo as canções da terra distante. Morya, que nos leva a um dos satélites de júpiter, e Heloin que nos recebe como um pai e nos diz adeus suspenso no ar com sua luz prateada, confirmam a possibilidade de nossa ressurreição como homens novos, capazes de transpor os obstáculos da forças envolutivas, tão presentes nos dias atuais, retrato dos seres humanos como grandes ou maiores predadores na face do planeta azul.

Arthur Clark admite que não estamos sós no universo e Jansen, material ou espiritualmente, está filiado à corrente do escritor inglês. Ao longo do tempo, mergulhado na minha paixão pelo mito, tenho refletido sobre nossos destinos, depois que o Pai do Tempo, para usar a expressão do poeta alemão Hölderlin, solicitar nossas presenças para prestação de contas. E como acredito que na vida nada é ocasional e tudo determinado estou certo que, de alguma forma iremos muito mais longe, aqui ou viajando pelas estrelas. A perfeição da máquina humana, examinados os aspectos anatômicos e fisiológicos, conduz nosso raciocínio lógico, à admissão de ser pouco provável termos sido criados para existência tão curta. Quase ao final, Jansen adota esa diretriz ao abordar o triângulo Heitor, Eline e Luíza Helena. A tragédia acabará por uni-los, corroborando a sentença: “Em nossas veias corriam o mesmo sangue. Enfim, somos irmãs desde priscas eras”.

Há um detalhe na obra de Jansen que deve ser enfatizado. Ele conduz o texto como se maestro fosse regendo uma sinfonia, indo, inesperadamente, do adágio ao andantino, focado detalhes, diminuindo ou elevando no momento preciso a sonoridade para dar ritmo ao texto.

Minha observação resulta do hábito na composição poética e, para exemplificar, transcrevo o poema final da sinfonia Hubble, inserido no meu livro As elipses de Phoenix:

Na viagem, procurando portas do outro lado do céu,
Seguimos inexorável trajetória sem saber
Se estamos adiante ou se voltamos.
Vamos bêbados na beleza do mistério.
Submersos no oceano circular refletido
Em fragmentos ofuscantes
De espelhos inclinados.
Precisamos sempre e sempre mais,
De energia para impedir que os cosmos desmoronem,
Regressando ao buraco negro do principio.
Antes da atualidade no futuro,
Nada resta físico. A lembrança permanece
E o sol terá sido lendária máscara
Dourada da infância, explodida na galáxia,
Reduzindo a espera da fuga acelerada.
Na viagem ao céu do outro lado das estrelas
Será doce ouvir bandurras programadas
Despertando antigos sons das gestas,
Enquanto tristes mapeamos nos computadores
A ressurreição do espaço descoberto
Através das vigias ovaladas da nacela.
Navegamos insensíveis,
Noite adentro, que nos ronda
No ritmo dos acordes
Compassados
Da invisível mão
Que move a mecânica celeste

GALINHOS


























Galinhos
Chegando-se a localidade de Galos, na península de Galinhos, avista-se a pousada “PEIXE-GALO”. Com estilo moderno dez apartamentos de muito bom nível. Um restaurante, único no lugarejo, com trinta mesas e muito bom atendimento.
A povoação deve ter, aproximadamente, umas 80 casas de ovenaria e poucas cabanas. Há um porto com um trapiche para diversas lanchas pequenas, de vinte lugares que transportam passageiros, do continente à península. A primeira parada é em Galinhos, sede do município cuja população tem cerca de dois mil habitantes que vivem da pesca. Seguindo a travessia chegasse a Galos povoação a que já me referi. A curiosidade é que a população é quase toda nativa e o êxodo é grande em razão da dificuldade de trabalho. Quem mora ali, vive da pesca e é grande a falta a de mão de obra especializada. Quem quiser construir, tem que ir buscar a matéria prima no continente e transportá-la via fluvial, pois, não existem estradas por onde trazer tijolos, telhas, cimento, madeira, etc. De lá contasse somente com areia das Dunas.
A todavia uma curiosidade das poucas famílias existentes três ou quatro famílias são constituídas de 18 à 21 filhos. No caso do restaurante da Irene famoso na região, o casal teve 19 filhos dos quais a maioria trabalha no próprio estabelecimento e quase todos moram na rua contigua ao restaurante. Na localidade não existem nenhum templo religioso mas a população é totalmente católica e faz 30 Anos que tentam erguer uma pequena igreja. Dos filhos de Dona Irene Selmara e Leninha são as que se empenham na construção da falada capela.
Impressiona a maneira como Dona Irene comanda seu estabelecimento. O serviço é muito bom os pratos tem comida abundante são muito bem preparados, com o magnífico condimento, 9 dos filhos da Dona Irene trabalham harmoniosamente em seu restaurante que atende por dia aproximadamente mais de 100 visitantes que vão a Galos somente para conhecer o local uma outra que é notória é a pesca pois, a denominação do lugar decorreu de um tipo de peixe conhecido como galo do alto bastante famoso na culinária nordestina em razão dessa circunstância Galos e Galinhos mereceram de nós o seguinte poema:

O pôr-do-sol de Galinhos



Nos envolve a emoção
de poder presenciar
o pôr-do-sol de Galinhos,
visão espetacular.

Coloridos diferentes,
com amarelo-escarlate
listras que cortam espaços
enfatizando contrastes

O ocaso em Galinhos
é convite à ternura,
ao amor, ao aconchego,
ao afago e a candura
A península do amor,
eis como chamo Galinhos
- um recanto inesquecível
que nos adoça os carinhos

vou anotar na memória
a beleza dessa estada
o encanto dos passeios
sua aura encantada.

Eu voltarei a Galinhos. Voltarei!
Prometo sim! Vou voltar.
Vou sonhar, sonhos dourados
Acordado, em alto mar.


REGISTRO AKÁSICO
(No cartório do Universo)
Um ano! Eis mais um ciclo.
Trajetória do passado,
Num tempo determinado,
Registrou os fatos idos.
Neles, estão contidas,
As estórias das história,
Tenha ou não a sua glória
É tarefa no notário.
É isso sim, que importa,
Nada é despercebido,
É tempo comprometido
Dedicado ao serviço
É de fato um compromisso,
Do anjo da anotação,
Vigilante a cada ação,
De cada ser, neste mundo.
Tem pensamento profundo,
Aquele que inventou,
A regra que trasformou,
A " lei deixa p'ra lá"
Pois quem faz tem de pagar,
À lei à qual transgrediu,
E, sim assim preferiu,
Vai ter, siom, que ressarcir
Pois, se quiser progredir,
Tem de ter a "ficha limpa"
No céu, também se garimpa,
Tem de usar a bateia
Tenha ou não uma platéia.
Trabalhe sem descansar!
Demonstre que o verbo Amar
Foi o viver de Jesus
Por isso, jamais se esqueça
Colha o mérito semeado,
Pois tudo tudo foi anotado,
No CARTÓRIO DO UNIVERSO.
Jansen Leiros- 02 de janeiro 2001

O Fel da Inverdade

(Jansen Leiros)

A história nem sempre contempla,
os registros da pura verdade,
Pois certos fatos não nos referendam
Nem a origem, nem a qualidade.

É que às vezes, quem faz a memória,
Não se dá conta dessa veleidade
E se omite nos apontamentos
Em sintonia com a inverdade.

Eis o senão de quem faz a história,
Esquece estórias de real valor
E se contenta com o esquecimento.

E, quanta pena, isto sim, nos causa,
A omissão dos fatos e seu teor,
Não embasando, assim, seus argumentos