segunda-feira, 27 de abril de 2009

“SONHEI QUE ESTAVA SONHANDO...”


Certa manhã de domingo, recebi a agradável visita de meu amigo ION que, no sábado anterior, havia me informado de sua vinda à minha casa, naquele dia. Depois dos cumprimentos costumeiros e informais, sentamo-nos, comodamente, em meu escritório e ele, após haver respirado profundamente, me falou:
“Amigo, tenho algo a te revelar de teor algo estranho. Utilize a notícia como lhe convier” Ajeitou-se na cadeira e continuou: “Sonhei que estava sonhando. O ambiente que visualizava era belíssimo. Uma vasta campina, permeada de pequenas elevações,. Onde a vegetação era diversa daquela existente na campina. Dava-me a impressão de que a natureza havia desejado decorar a paisagem com uma diversidade que possibilitasse um equilíbrio ecossistêmico. Isso porque duas coisas me chamavam a atenção. Primeiro, dos arbustos existentes pendiam orquídeas de majestosos formatos e de cores belíssimas, atraindo bandos de pequenas aves, também, multicoloridos. Percebi que aqueles pássaros, em revoada, preservavam as flores, pois as circundavam sem tocá-las. Era como se elas lhes transmitissem alguma energia especial, tonificante, sei lá...algo energético.
Permitindo-me uma visão panorâmica, o ambiente me fez refletir que aquelas pequenas ilhas arbustivas, tivessem sido ali colocadas estrategicamente, pois, no todo, suas posições formavam uma figura geométrica, hexagonal, como que a sinalizar um ponto específico de aterrissagem de naves interplanetárias, ou algo semelhante. Passei a ficar atento. Depois, senti-me volitar em direção da pseudo ilha mais próxima e, alcançando certa distância me dei conta da beleza das flores, distinguindo algumas orquídeas. Era catléias, dendróbios, laélias, epidendros, brassávolas e uma extensa variedade de oncídios, maravilhosamente belos, liberando perfumes de agradabilíssimas fragrâncias Entre as aves, distinguia muitas por nós conhecidas aqui no Nordeste brasileiro, como golinhas, pintassilgos, primaveras, azulões, bigodinhos, papas-capim, curiós, canários da terra e gaturamos. O canto mavioso dessas aves, parecia formar uma extasiante harmonia orquestral em execução indescritível. Aquilo tudo, no conjunto, me remetia a um pequeno paraíso.
Fez uma pausa e continuou: “Tomei consciência de que estava sonhando e me cuidei para não desviar minha atenção, desejando que todos aquelas impressões fossem remetidas ao meu consciente objetivo, guardando-as com fidelidade. Continuei lúcido. Nada ocorrera que pudesse desativar aquele processo de transferência. Nenhum registro foi deletado. Quando me senti ajustado naquele processo, que já havia vivenciado anteriormente, tive a alegria de ouvir uma voz, já conhecida. Era a voz de um amigo de Orbum que me saldava amorosamente, para depois continuar dizendo: “Meu irmão, este é mais um dos mecanismos que podemos usar para nos comunicar contigo. Utilizamos teu “EU”, projetado do corpo durante o sono físico, para te trazer novas informações. Aqui, livre das amarras de tua vestimenta corpórea, tens ampliadas tuas percepções, tua sensibilidade, teus reflexos, enfim, tuas potencialidades. O que estás vendo aqui, é uma de nossas estações de pouso interplanetário, hexogenamente sinalizada para nossas descidas, com a diferença de que estás vendo uma projeção da dimensão terrena. Nossa passagem hoje, tem a finalidade precípua de te informar que este será nosso ponto de encontro, sempre que não pudermos nos ver em tua dimensão. E, também, para te lembrar que guarda em ti a certeza de que o retorno do Mestre está cada dia mais próximo e que as hierarquias conta com teu concurso harmonioso. A partir daí, não ouvi mais o amigo que silenciou e sumiu. Eis o que vim relatar.O amigo despediu-se, visivelmente introspectivo e acenou do portão. Fiquei meditativo e aqui desempenho meu papel de transmissor.


Jansen dos Leiros

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