segunda-feira, 27 de abril de 2009


DE REPENTE, NAVES NO CÉU...

O céu estava estrelado e uma aragem suave corria pela relva dos campos. Não saberia precisar a hora, mas supunha que fosse perto da meia noite. Olhei o topo da colina e imaginei, também, que estava muito próximo de antigo mirante, de onde poderíamos visualizar o vilarejo de Betúlia, famosa por sua produção de farinha de mandioca.
Finda a elevação, alcancei o velho mirante e me acomodei num dos bancos, cujo espaldar fora construído em talhes anatômicos, os quais permitia a quem ali sentasse, ficar bem acomodado, enquanto olhasse o céu ou ficasse a curtir o silêncio das noites.
A quietude era a moldura daquela paisagem noturna, acariciada pelo cheiro suave das flores silvestres, que a pseudo primavera presenteava àquele lugar santificado
pelas aparições momentâneas de fugazes e pretensos meteoritos, ou, quem sabe, objetos aéreos não identificados, em suas evoluções desconcertantes, aos olhos dos que os visualizassem naquele recanto escolhido para o exercício da reflexão e da paz.
Para minha satisfação, naquele memorável final de semana, fora hóspede de um fidalgo fazendeiro, possuidor de vasto conhecimento das ciências herméticas do oriente, versátil possuidor de conhecimentos médicos especializados, emérito professor universitário e reconhecido pesquisador na área dos assuntos interplanetários.
Naquele sábado, enquanto meu anfitrião recebia ilustres visitas na casa sede da fazenda, sai na direção do mirante e meu objetivo era ficar expectante e registrar qualquer aparecimento de objetos voadores diferentes das naves terrenas.
A luz polarizada da lua crescente me permitia ver os movimentos das flores silvestres, balançadas pelo vento tênue, quando, de repente, surgiram no céu nada mais, nem nada menos, que cinco objetos voadores em formato de um prato virado para baixo, rodeados de escotilhas luminosas, numa altura aproximada de cem metros. A formação descreveu um círculo de trezentos e sessenta graus e parou em minha frente, quando uma delas, verticalmente, desceu até a superfície, apoiada numa espécie de trem de pouso magnético, como se fossem, de fato, pilares luminosos e parou, fazendo sair algo parecido com uma rampa
Uma porta frontal abriu-se e um ser de aparência humana, desceu, acompanhado de mais dois seres semelhantes, e caminharam em minha direção.
Aquele que vinha à frente do grupo tinha a feição de um homem nórdico. Era branco, aparência andrógena, parecendo ter dois metros de altura. Os demais se assemelhavam a ele. Suas aparências eram pacíficas e serenas. O que estava à frente parou, fez um gesto cordial de saudação, levantando o braço direito e esboçando um sorriso.
Agora, eu poderia constatar que de seus corpos, fluía uma leve luminosidade azul clara, à guisa de áurea. Quando alcançou uma distância de dois metros, aquele que me saudara, fez iluminar-se a região do chamado “centro da terceira visão” e concentrou aquele terceiro olho em meus olhos, como se penetrasse no mais íntimo de meu “EU”. Aquele centro iluminado pareceu emitir sons, como se verbalizasse o seguinte:“Eu, Athon e meu DEUS interno universalmente te saudamos em nome da harmonia cósmica. Somos de Orbum”
Apesar de haver buscado aquele encontro, confesso que me encontrava um tanto aturdido, pelo inusitado, que simplesmente falei: “Eu, ION, também, saúdo a vocês todos, em nome do DEUS Amantíssimo”
Houve um instante mútuo de expectativa, porém, o provável comandante daquela nave, voltou a emitir as vibrações, como anteriormente: “Meu irmão galáctico, nossa missão se prende à iminente vinda de Jesus, nosso amado Avatar Crístico. Nossa tarefa é proteger o espaço aéreo e astralino deste planeta, até que tudo volte à normalidade, após a descida prevista. O que buscamos através dos contatos que planejamos efetuar com seres que vibrem em nosso diapasão de amor cósmico, tem o objetivo precípuo de estabelecer pontos de apoio entre os humanos, além daqueles que há muito foram destacados, missionariamente, para proceder na conformidade com o planejado pelas hierarquias celestiais. Inicialmente, pedimos que estabeleçam centrais de apoio vibratório, com o fim específico de permitir alimentar as correntes mais densas de nossos colaboradores terrenos, fortalecendo as reservas mantidas para a devida utilização, se necessário se fizer. Mas, quero tranqüilizá-lo de que elas são só “uma reserva” para o caso de haver necessidade, circunstância que nos parece remota.
Se bem que não estejas lembrado, agora, este contato já estava programado e nós o atraímos. No futuro conhecerás os mecanismos utilizados. Já és um dos nossos
Com o presente contato, o irmão já reteve a energia suficiente para assegurar-se de nossa efetiva ligação conosco. Caso necessite nos contatar, é somente vibrar o mantã IEVE e ligar-nos-emos imediatamente, quando ouvirás minhas emanações. Fraternalmente gratos por acudir ao nosso convite, te saudamos em nome do AMANTÍSSIMO.
Senti-me como se estivesse em transe mediúnico ou saindo dele. Fiz alguns exercícios de respiração para harmonizar-me comigo mesmo e iniciei a caminhada de retorno à sede da fazenda de meu amigo.
A noite passou sem que eu conseguisse dormir, pensando, pensando, pensando. Uma leveza profunda tomou conta de mim. Senti-me em Paz! Orei a Jesus agradecendo a oportunidade que me fora concedida e, a partir daquele momento, passei a cultuar de maneira vertical o desejo de reintegrar-me ao Pai, no topo de sua essência, alijando de mim o fardo de minhas imperfeições, para, em lugar delas, eclodir o AMOR CÓSMICO, celestial, divino, que nos conduz à felicidade e à harmonia eternas.

Jansen dos Leiros

“SONHEI QUE ESTAVA SONHANDO...”


Certa manhã de domingo, recebi a agradável visita de meu amigo ION que, no sábado anterior, havia me informado de sua vinda à minha casa, naquele dia. Depois dos cumprimentos costumeiros e informais, sentamo-nos, comodamente, em meu escritório e ele, após haver respirado profundamente, me falou:
“Amigo, tenho algo a te revelar de teor algo estranho. Utilize a notícia como lhe convier” Ajeitou-se na cadeira e continuou: “Sonhei que estava sonhando. O ambiente que visualizava era belíssimo. Uma vasta campina, permeada de pequenas elevações,. Onde a vegetação era diversa daquela existente na campina. Dava-me a impressão de que a natureza havia desejado decorar a paisagem com uma diversidade que possibilitasse um equilíbrio ecossistêmico. Isso porque duas coisas me chamavam a atenção. Primeiro, dos arbustos existentes pendiam orquídeas de majestosos formatos e de cores belíssimas, atraindo bandos de pequenas aves, também, multicoloridos. Percebi que aqueles pássaros, em revoada, preservavam as flores, pois as circundavam sem tocá-las. Era como se elas lhes transmitissem alguma energia especial, tonificante, sei lá...algo energético.
Permitindo-me uma visão panorâmica, o ambiente me fez refletir que aquelas pequenas ilhas arbustivas, tivessem sido ali colocadas estrategicamente, pois, no todo, suas posições formavam uma figura geométrica, hexagonal, como que a sinalizar um ponto específico de aterrissagem de naves interplanetárias, ou algo semelhante. Passei a ficar atento. Depois, senti-me volitar em direção da pseudo ilha mais próxima e, alcançando certa distância me dei conta da beleza das flores, distinguindo algumas orquídeas. Era catléias, dendróbios, laélias, epidendros, brassávolas e uma extensa variedade de oncídios, maravilhosamente belos, liberando perfumes de agradabilíssimas fragrâncias Entre as aves, distinguia muitas por nós conhecidas aqui no Nordeste brasileiro, como golinhas, pintassilgos, primaveras, azulões, bigodinhos, papas-capim, curiós, canários da terra e gaturamos. O canto mavioso dessas aves, parecia formar uma extasiante harmonia orquestral em execução indescritível. Aquilo tudo, no conjunto, me remetia a um pequeno paraíso.
Fez uma pausa e continuou: “Tomei consciência de que estava sonhando e me cuidei para não desviar minha atenção, desejando que todos aquelas impressões fossem remetidas ao meu consciente objetivo, guardando-as com fidelidade. Continuei lúcido. Nada ocorrera que pudesse desativar aquele processo de transferência. Nenhum registro foi deletado. Quando me senti ajustado naquele processo, que já havia vivenciado anteriormente, tive a alegria de ouvir uma voz, já conhecida. Era a voz de um amigo de Orbum que me saldava amorosamente, para depois continuar dizendo: “Meu irmão, este é mais um dos mecanismos que podemos usar para nos comunicar contigo. Utilizamos teu “EU”, projetado do corpo durante o sono físico, para te trazer novas informações. Aqui, livre das amarras de tua vestimenta corpórea, tens ampliadas tuas percepções, tua sensibilidade, teus reflexos, enfim, tuas potencialidades. O que estás vendo aqui, é uma de nossas estações de pouso interplanetário, hexogenamente sinalizada para nossas descidas, com a diferença de que estás vendo uma projeção da dimensão terrena. Nossa passagem hoje, tem a finalidade precípua de te informar que este será nosso ponto de encontro, sempre que não pudermos nos ver em tua dimensão. E, também, para te lembrar que guarda em ti a certeza de que o retorno do Mestre está cada dia mais próximo e que as hierarquias conta com teu concurso harmonioso. A partir daí, não ouvi mais o amigo que silenciou e sumiu. Eis o que vim relatar.O amigo despediu-se, visivelmente introspectivo e acenou do portão. Fiquei meditativo e aqui desempenho meu papel de transmissor.


Jansen dos Leiros

segunda-feira, 20 de abril de 2009

PAINÉIS DA VIDA ETERNA

“Somos todos partícipes de uma mesma corrente, emanada do PAI”, teria dito Jesus a José de Arimatéia, que arguira o Mestre sobre sua origem “DIVINA”.
Segundo os orientais iniciados no ocultismo milenar, “o homem veio de DEUS e para ELE retornará pela evolução do EU individualizado”. Para acoplar a essa máxima, pinçaríamos outra, cuja origem tem mesma fonte, a fim de atender à nossa ansiedade cognosciva. Ela que diz: “DEUS é a essência da vida de tudo em seus universos”, ou seja, é o TODO. Essas duas assertivas, apesar das limitações do córtex cerebral humano, nos remetem à compreensão do que seja “vida eterna”. De fato, se antes já fazíamos parte do PAI, no todo de sua energia divina e eterna, ao “nascermos” Dele, sofremos um processo de individualização e, no giro espiral, ascendente e expansivo, retornaremos para ELE. Nos reintegraremos ao bojo de DEUS, na plenitude de nossa individualidade cósmica, preservando os valores adquiridos ao longo da caminhada evolutiva e eterna. Seremos e estaremos UNOS com o PAI. Nos reintegramos a ELE com o acervo de conhecimentos e experiências amealhadas ao longo da jornada do desenvolvimento espiritual. Isto é, eclodimos do PAI, simples e ignorantes para retornarmos à essencialidade DIVINA, na pujança de nosso EU cósmico.
Riquíssima, pois, sob todos os aspectos informativos, além do profundo conteúdo filosófico, é a obra de Jan Val Ellam, com vários títulos editados, versando sobre a origem do homem, do universo conhecido, do enredo e das tramas da história da humanidade terrena, além das notícias sobre outras, alienígenas. Enfoques sobre o concerto galáctico e algumas estórias que a história não registra.
JESUS e o Druida da Montanha é um desses títulos, cujo conteúdo nos surpreende sobremaneira, pois que nos revela um Jesus desmitificado, profundamente humano e majestosamente divino. Um Deus, partícipe da Unidade Incognoscível que se deixa miniaturizar na condição humana, “para prestar um serviço” a outro Deus – o Deus dos judeus – em território da criação do Deus servido, com o objetivo de elucidar uma humanidade equivocada e o cumprimento do que fora escrito nas páginas sagradas, com uma promessa de retorno à Terra como etapa conclusiva.
O que se lamenta é que a percepção da panorâmica do projeto de Javé, somente venha a ocorrer, para compreensão da grande maioria dos espíritos envolvidos, por ocasião da iminente descida de Jesus, não como homem, mas em sua essência divina para testemunho absoluto da atual humanidade.
O conteúdo desse livro tem o condão de nos despertar para a vida e é, sem dúvidas de equívocos, um efetivo convite à nossa divinização consciente, pela eclosão de nosso anseio interior de retorno à intimidade de DEUS.

Jansen dos Leiros

quarta-feira, 8 de abril de 2009


O JOVEM QUE FALAVA COM A NATUREZA

Ibn Val Mihir era um jovem descendente de sírios libaneses que chegaram ao Rio Grande do Norte nos idos do século dezenove. Sua família se havia adentrado pela região dos santos e chegara à cidade de São Tomé, quando o lugarejo ainda era, praticamente, uma vila. Val Mihir, como era conhecido, chegara aos doze anos de idade com aparência daqueles que haviam alcançado o final da adolescência com ares de certa maturidade, tal a seriedade com a qual fazia as coisas, mesmo sendo uma criança. Seu olhar era profundo, às vezes astuto. Parecia enxergar além das aparências e, quando emitia opiniões, ai sim, chamava ainda mais, a atenção das pessoas que o escutavam. Pelo que se sabia, Val Mihir morava com uns parentes paternos e era tido como pessoa de boa convivência, respeitador, obediente e gostava de ler, não os livros da escola, mas aqueles que encontrava no quarto do avô. Porém, aquele menino era esquivo em certas ocasiões. De quando em vez era flagrado sozinho, olhando o céu, como se falasse com o sol, com as árvores ou com os passarinhos, que pareciam não ter medo dele. Nas cercanias da casa do velho Dibi Amir, neto do pioneiro libanês ali chegado e avô de Val Mihir, havia um “Bem te vi” selvagem (Pitangus sulphuratus), “dono” de um espaço aéreo que abrangia uma dúzia de árvores frondosas, que, sempre ao meio dia, pousava num arvoredo próximo àquela casa,. Como se fora, verdadeiramente, domesticado. Val Mihir aproximava-se dele e começava a falar de forma estranha, suave, envolvendo-o em sua magia juvenil, ao que a ave parecia responder com passos coreográficos que mais pareciam gestuália teatral. Lembravam passos de antiga dança ameríndia, onde as asas batiam freneticamente, abrindo o bico, levantando a cabeça e emitindo um canto de sons corridos, melodiosos, harmônicos, nada parecidos com os do canto próprio daquela ave, nossa conhecida. Era uma rica sinfonia, em agradecimento à amizade do jovem. Depois dele, muitas outras aves aderiram ao convívio de Val Mihir.
Chegados seus quinze anos, o avô lhe presenteou uma flauta doce de puríssimo ébano, a qual havia recebido de um antigo ancestral. Ibn Val Mihir, carinhosamente a chamou de “soprata divina” e quase morreu de alegria e passando a soprar e dedilhá-la diariamente, até sentir-se habilitado a executar melodias, que aprendeu em velhos cadernos guardados, desde a infância, pelo querido avô.
A partir daí, Val Mihir e o “Bem te vi”, passaram a formar um dueto. Logo depois, um quarteto e finalmente uma respeitável orquestra, composta por Val Mihir, como solista, com a flauta doce e toda a família daquela ave fantástica, quase humana, de cujo inusitado conjunto, obtinha suavíssima e canora orquestração, infinitamente bela, preciosa, maravilhosa, encantadora, quase paradisíaca.
Certa vez, Val Mihir resolveu dar um passeio numa serra próxima, onde diziam existir algumas nascentes dos rios da região dos santos (São Gonçalo, Santo Antônio, São Pedro, São Paulo, São Thomé, etc) e lá se foi, em busca dessas nascentes.
Para sua surpresa, o “Bem te vi” o acompanhou na caminhada, levando toda a sua família.
Chegando ao topo da elevação, Val Mihir, depois de limpar o entorno de um frondoso e respeitável umbuzeiro, acomodou-se à sombra daquela árvore e foi cercado por sua orquestra alada, como a lhe pedir que começasse a tocar sua tão maviosa flauta doce, marcando sua presença. Ao longo do concerto, Val Mihir percebeu que das águas que formavam os serpenteastes córregos pareciam flutuarem algumas pequenas bolhas cintilantes e, de repente, ouvira-se uma voz que dizia: Venham sempre aqui, tornem poético este recanto de DEUS, a fim de que possamos, embalados com a doce sonoridade dessas músicas, formar os caudais do gigante Potengi, o famoso “rio grande do norte”. Dê-nos essa alegria!
Surpreso com a manifestação das águas, Val Mihir respondeu: Essa é uma grande idéia, mas nós gostaríamos de seguir você, através de seu leito e ir até à sua foz para conhecer o que até agora não conhecemos. Foi então que Val Mihir, encantado com o inusitado, dormiu à sombra daquela árvore, rodeado de sua orquestra alada e foi-se adentrando naquele mundo onírico, volátil como o próprio ar ou mesmo, como o pensamento, visualizando de muito alto, o percurso que as águas faziam, serpenteando a topografia mutante das variadas regiões pelas quais passava. Com a alma desperta naquele novo mundo, Val Mihir encantou-se mais ainda com as maravilhas que surgiam à sua frente e ali estava a cidade de Natal, linda e maravilhosa, cheirando a menina brejeira, cheia de viço e rodeada de pequenos edifícios, dunas majestosas, bulício de gente, de carros, de buzinas e de andorinhas, querendo mergulhar nas ondas. Naquele momento, Val Mihir despertou em seu corpo, com a voz de Dibi Amir dizendo: acorda meu filho, a tarde já está findando. Sua orquestra já se foi. O sol já se despede e pequenos peixes parecem dizer: Eis ai o homem que falou com as águas ou melhor, que falava com a própria natureza.

Jansen dos Leiros